22.12.06
E Era Natal
21.12.06
De Repente
18.12.06
Além dos Olhos
Era cega de nascença. Sempre que lhe perguntavam há quanto tempo estava cega, respondia: "É de nascença". Pelo menos foi isso que seus pais ensinaram que deveria responder, embora só compreendesse o que essa palavra significava muito tempo depois. Tudo o que sabia a respeito do mundo, das cores, das formas, sabia através dos outros. Sempre foi assim. Roupas, vestidos, calçados... Jamais tivera a chance de escolher por si mesmo aquilo que mais lhe agradava. Perguntava aos outros, sempre os outros. Estou bonita? Sim. Todos diziam que sim e para ela isso bastava. A imagem que a garotinha tinha de si dependia de outros olhos. Até que veio a escola e, com ela, as outras crianças. O maior defeito (e também qualidade) das crianças é que elas falam o que pensam, mesmo quando o pensamento é cruel. Via-se através dos olhares curiosos dos coleguinhas, que sempre a trataram como alguém diferente. E de fato ela era. Mas não gostava de o ser. Preferia passar despercebida na multidão, porém seu destino era justamente o oposto: seria percebida, sem perceber. Cresceu. Tornou-se uma moça. Seu prazer era colecionar elogios que lhe faziam. Seus ouvidos eram atentos a tudo, era mesmo capaz de memorizar até a entonação das frases que lhe diziam. E era seu contentamento quando diziam que era bela. Como queria ser bela! Devia ser muito bom ver algo belo, caso contrário as pessoas não dariam tanto valor à beleza. Se ao menos pudesse ver-se... Mas dependia dos outros. Eis o grande perigo: nem sempre os outros diziam o que pensavam. Adultos não são como crianças, e guardam os comentários cruéis para si, quase sempre. E mais freqüentemente ainda são indiferentes. E ela não entendia a indiferença: notava o silêncio daqueles ao seu redor deduzia: Estou horrosa mas ninguém tem coragem de me dizer. Sofria em seu mundo particular quando recebeu uma dádiva: um jovem se apaixonou por ela. Ele a chamava de "linda" e assim ela se sentia. Diziam também que o jovem era belo. Que orgulho ela sentiu! Era tão agradável a sensação que não se preocupou em mostrar a ele tudo de si. Graças a sua sensível habilidade de ouvir adquiriu gosto pela música, pelas palavras, pelas histórias que lhe contavam. Cantava docemente, fazia poemas. Disso ele nunca soube. Porque depois de um tempo o jovem se foi, deixando a ela apenas o silêncio. Ela sabia o que isso queria dizer. O silêncio. Foi quando chorou, copiosamente. Horas. Dias. Até semanas depois, suas lágrimas ainda fluíam, turvando-lhe a visão. Visão? Seria possível? Ela via? Sim! Não sabia exatamente o que estava acontecendo, mas tinha certeza de que era algo diferente de tudo o que havia vivido até aquele momento. Percebia as folhas das árvores se movendo lá longe, o que antes só era possível quando as mesmas folhas tocavam sua pele. Ela via! Precisava de um espelho. Rápido! Teria muito tempo depois para conhecer o mundo. Que importava ver o universo todo, se não conhecia a si mesma? Rápido! Um espelho! Pronto. É agora. Um medo cortante percorreu seu corpo. Ergueu a cabeça e olhou diretamente nos olhos. Viu dois círculos de uma cor muito viva, que mais tarde lhe diriam ser da cor do oceano. Claro que não descansou até conhecer o mar, e achou maravilhoso ter no rosto porções da imagem mais fantástica que chegou a conhecer. Mas não foi só isso que viu quando se olhou no espelho pela primeira vez. Viu que os dentes eram bem brancos. Dava pra ver bem, porque não conseguia parar de sorrir! Viu os cabelos, a pele, o corpo todo, as formas. Era bela! Sempre que lhe diziam isso, acreditava. A diferença era que agora ela sabia. E isso mudou tudo.
16.12.06
Você Pode
Oh Eu! Oh Vida!
Oh Eu! Oh vida!... das questões que sempre voltam;
Dos infinitos trens de descrentes - de cidades repletas de tolos;
De mim mesmo censurando a mim mesmo, (pois quem mais tolo que eu, e quem mais descrente?)
Dos olhos que em vão almejam a luz - do significado das coisas - do esforço sempre renovado;
Dos pobres resultados de tudo - das laboriosas e sórdidas multidões que vejo ao meu redor;
Dos vazios e inúteis anos de descanso - com o descanso entrelaçado a mim;
A questão, Oh Eu! tão triste, que volta - O que de bom há nisso tudo, Oh eu, Oh vida?
Resposta.
Que você está aqui - que a vida existe, e a identidade
Que a poderosa peça continua, e você pode contribuir com um verso."
15.12.06
Ali, Onde o Sol Se Esconde
Ali. Ali coloquei minhas esperanças e paixões. Bem ali, onde o sol se esconde. Ao final de cada dia eu conversava com minha janela. Falávamos do espetáculo de cores, enquanto o sol nos beijava a fronte. Defronte. Ali, onde sol se esconde, sempre no mesmo lugar... Ali mora minha saudade. Ali está a luz que sorriu pra mim. Tão belo o sorriso. Tão clara a alegria. Tão furtacor a sensação. Ah... Ali eu sorria de graça. Eis que o sol me chamou hoje, para se despedir de mim, como fazia todas as tardes. Me chamou para rumar-me os olhos ao lugar de sempre, bem ali. Não pude.
Hoje quem se esconde... sou eu.
5.12.06
O Homem da Minha Vida
Será meu grande amigo. Um novo amigo com jeito de amigo de infância. Vai embaralhar suas memórias com as minhas de tal forma, que sentiremos que nossas histórias se fundiram em uma.Quando ele chegar, aquecendo a vida entre os dedos, perguntando o porquê antes de nós passaram-se tantos dias, roubará todos os meus segredos. E entregará os dele pra mim.
Quando ele chegar, vai me embalar em suas histórias, puxar pra perto minha cadeira e, como se eu fosse um criado-mudo, me dar seus sonhos pra eu guardar. Antes dele me beijar, fará das palavras dedos suaves a percorrer-me o rosto e os contornos, pedindo para eu nada dizer.E quando ele tomar minhas mãos entre as suas esquecerei o cansaço de ter estado tanto tempo a lhe procurar. E por todas as frustrações que vivi, toda a angústia que sofri por não ter alguém, me sentirei agradecida: só permitiram que o encontro com ele fosse único e perfeito.
Ele rirá de mim, por mim, comigo, de si...Encherá meu mundo de um riso sem motivo. Essas coisas boas de tão bobas. E que ninguém tem coragem de contar. Serão apenas nossas. Ele trará pra mim o melhor abraço (o melhor do mundo), e a melhor trilha sonora, pra combinar. Vai olhar pra mim, demoradamente, enquanto os mocinhos do filme se beijam. E só então me dará um beijo. Lento, longo, possesso, posseiro.
Falaremos das músicas, do pôr-do-sol, lirvos e filósofos.E entre impossíveis e risíveis amores, ele vai me contar das mulheres que passaram por sua vida. E de todas as suas afrontas. Ele sempre respeitará o meu silêncio quando penso no que elas podem ser melhores do que eu. E antes que eu me desmereça, pousará o olhar sobre meu medo. Pintará nos meus olhos um futuro distante. Fazer-se-á meu, até perder de vista.
Quando ele me olhar, contemplará minhas imperfeições achando as coisas mais lindas de se olhar. E buscará nos meus sonhos infantis, todas as fábulas, os contos, os encantos: todos os sonhos a que faço jus. E verá em mim a princesa que eu sempre quis ser. Ele verá lágrimas que são só minhas. Mas que ele vai prometer nunca mais deixar brotar.
A dor de não tê-lo perto é tão intensa quanto esse amor que pulsa aqui dentro. Mas o que eu mais quero nele é o que ele quer em mim:
Eu sempre junto dele, como a mulher da sua vida.
29.11.06
Premissas Pessoais. O reencontro.
Texto gentilmente cedido por Mago.
Assim eu Fico Sem Jeito
"Incoerente, solteira, tímida, organizada, lúcida, inteligente, amiga presente com ou sem corpo, já que mesmo longe, aqui está em pensamento. Encontrei-a por acaso, eu amo o acaso , apesar de não acreditar nele. A verdade é que através de uma pesquisa de minha esposa cheguei ao blog dela e assim que li alguns textos, me apaixonei (as pessoas dizem que me apaixono por tudo, o que não acho ser verdade). Agora não consigo parar de lê-la um só dia. Sua página é muito mais que um simples blog, é um lugar aconchegante, organizado e carinhoso , que acolhe e faz refletir, como um colo de mãe. "Menina", a dona dele, é simplesmente demais, e deixa o blog com o jeito e a face dela, belo e transparente. Eis o destaque da Semana. Páro aqui, já que sou propenso a falar demais quando me apaixono."
A partir de agora devo ter convidados, vez por outra, neste blog. O primeiro visitante ilustre não poderia ser outro. Com vocês, no próximo post: Mago.
1.11.06
Sobre Taças e Cálices
Imagine um dia na vida de recém-casados. Eles despertam. Usaram, assim, os lençóis que foram presente da vovó. Tomam café usando as xícaras que foram presente de uma das sogras. Têm um longo dia de trabalho usando underwears que ganharam de um dos cunhados. Voltam para casa pensando no que vão fazer com o bendito conjunto de fondue que ganharam da vizinha. Ou, antes: onde enfiar a maldita racleteira do bendito conjunto de fondue. Ao chegar, tomam banho usando as toalhas que ganharam de um dos sogros. Logo depois do jantar (em que eles usaram as travessas que ganharam de uma das cunhadas), o casal coloca um CD (que era dele antes do casamento), acendo um incenso (que ela tinha desde que namorava outro cara) e bebe um vinho. Finalmente, comungam, um dando atenção a si e ao outro, um chegando a si e ao outro. Pois é nesse instante, breve se pensarmos nas muitas horas do dia, que o casal está convivendo com o presente de um grande amigo do peito: os cálices.Se o vinho e o papo forem bons, provavelmente os lençóis, presente da vovó, serão bem utilizados em seguida.
E o ciclo no próximo dia se repetirá, até um novo momento de paz, este, quem sabe, com champanhe e com o presente de uma grande amiga do peito: as taças.Taças e cálices são o que fazem o casamento não ser, argh, um matrimônio. E uma mulher não ser, argh, uma esposa. Mas se você está imaginando que o casamento me faz pensar em taças e cálices porque acredito que uma vida a dois não resiste sem doses de carinho, sem momentos de delicadeza, sem intervalos amorosos, isso é verdade. Mas não é toda a verdade.A verdade. O casamento também me faz pensar em taças e cálices porque casamentos duram, duram, duram e um dia essas taças e cálices começam a quebrar. Sim, quebra uma taça em um jantarzinho à luz de velas, quebra outra em uma festa de aniversário, quebra um cálice quando os dois, meio bêbados, se encaminham até o quarto, quebra outro por descuido, na pia da cozinha. E quebram várias e vários quando chegam os filhos. Assim, a gente vê ali, no armário da sala, a passagem do tempo. Nossa coleção de copos (difícil achar sinônimos para taças e cálices) vai sofrendo dramáticas e terríveis baixas... (repare: as fotos na prateleira também estão ficando mais desbotadas a cada dia).E ali na frente do armário, parado no meio da sala a gente se pega perguntando: apenas as taças e os cálices não resistirão à longevidade do casamento? O nosso frágil amor resistirá? Quebraremos nós também, eu um cálice, ela uma taça? Será que o tempo, implacável, exige que um homem, para continuar cônjuge. seja resistente e opaco feito um tupperware? E que uma mulher seja forte e fria feito uma geladeira? Não. Sinceramente acho que não.
Cacos didáticos?
As pessoas costumam dizer que vão perdendo as ilusões à medida que o tempo passa. E falam isso como se fosse ruim se desiludir. Perder ilusões é sabedoria. Ilusão é truque. Ilusão é mentira, ilusão é ilusão. Não acredita? Olhe no dicionário. Ou olhe pra vida. Amor é amor quando você prefere sua mulher a uma mera tapeação. Amor é amor quando você aprecia mais o seu homem do que um sonho dourado.É isso que o casamento ensina sobre o amor - ou ao amor.Quando você perde ilusões ganha na vida real. Em vez de ficar perseguindo uma quimera, descobre que já chegou, faz tempo a um bom lugar. A sua própria casa.
Sábios copos.
Por isso que o tema casamento me remete a taças de champanhe e cálices de vinho, às taças e aos cálices que ganhamos, minha mulher e eu, na festa de casamento. Esses copos chegaram a nossa vida em um dia de celebração. Depois, com o tempo, se revelaram parceiros sempre que a celebração, não importando o dia, voltava a tomar conta das nossas vidas. E então, esses sábios copos despediram-se na hora certa, a tempo de deixar bem claro que a celebração, afinal, não estava neles. Mas em nós, marido e mulher. A ponto de hoje em dia, o marido e a mulher estarem convencidos de que é preciso comprar taças e cálices novos para casa. Os deuses estão exigindo novos sacrifícios em nome da saúde desse casal. Precisamos fazer novos brindes, quebrar novas taças, estraçalhar novos cálices.
Transparências.
E como casamento também me remete a taças e cálices, casamento acaba me remetendo a transparências. Faz sentido.Quanto mais tempo duas pessoas convivem, mais elas ficam transparentes uma para outra. E isso não é ruim. Isso é amor."
Marcelo Pires
Os Macacos
"Cinco macacos faziam parte de uma experiência, trancados em uma grande jaula, com uma escada dobrável no centro e um cacho de bananas pendurado, bem ao alcance daquele que subisse a escada. Pois bem. Cada vez que um dos macacos começava a subir a escada, em busca da banana, os cientistas ligavam uma mangueira e lançavam um forte jato de água gelada sobre os outros quatro macacos. Depois de um certo tempo, cada vez que um macaco tentava subir a escada, era atacado e fortemente espancado pelos outros quatro. Até que ninguém mais pensava em subir a escada, por mais apetitosas que fossem as bananas. Então os cientistas substituíram um dos macacos. O macaco novato, ao ver as bananas, e a escada, e sem saber o que se passara anteriormente, foi direto em direção à comida. Tomou uma grande surra. Deve ter achado aquilo tudo muito estranho. Fez outras tentativas e foi surrado outras vezes. Até que desistiu. Os cientistas substituíram outro macaco. A história toda se repetiu. O segundo macaco substituto tentou pegar a banana e foi atacado pelos demais, inclusive pelo macaco anterior, que, por sinal, participou do ataque com grande entusiasmo (afinal de contas, deve ter pensado, agora eu faço parte do time dos vencedores!). E assim os cientistas trocaram o terceiro macaco, depois o quarto e por fim o quinto macaco original. E tudo se repetia. O macaco recém-chegado tentava pegar as bananas, era espancado pelos outros quatro, fazia outras tentativas, apanhava mais, até que desistia. Nesse ponto da experiência os cientistas tinham um grupo de macacos que nunca tinham sido atacados com jatos de água gelada. Entretanto continuavam batendo naqueles que tentavam pegar as bananas. Se os macacos soubessem falar e se alguém perguntasse "por que vocês atacam e batem em quem tenta se aproximar das bananas" a resposta certamente seria "Não sei. As coisas, por aqui, sempre funcionaram dessa maneira..."
A metáfora acima retrata bem a realidade humana. Mudanças são vistas com muitas reservas. Pessoas são desestimuladas a inovar, para não acabar com as arcaicas referências dos mais antigos.Por que não se pergunta o porquê de ser assim? Se poderia ser de outra forma...É... As pessoas se acomodam, mas não deviam. Afinal, a rigidez mental, o conservadorismo, o tradicionalismo, acabam por engessar a mente humana, privando-a da evolução, do aprimoramento.
Tenho justo receio de que, como os macacos, acabemos por nos esquecer das bananas.
3.10.06
Pai-Natureza
23.9.06
16.8.06
Sinfonia dos Ventos
[fade out]
5.7.06
Ditos
"Un basier ces't le point sur le i du mot aimer"
É o que dizem os franceses, mas não funciona em português: Um beijo é o pingo em cima do i da palavra amor. Amor não tem "i". Os "is" e os "ismos" sufocam o amor.
Dizem que vale a pena lutar até o fim, porque se depois disso não tivermos sucesso ao menos saberemos que não foi por falta de esforço.
Insensatez.
Se você luta até o fim e consegue o que quer, ainda vai. Mas se você luta incessantemente e ainda assim só chega ao fracasso... Então você é mesmo um fracassado. E as pessoas também dizem que no final tudo dá certo, e que se não deu certo agora é porque ainda não chegou o final.
Idiotice.
A vida não é feita de finais felizes. Mesmo depois de exaurir todas as nossas forças para alcançar um certo objetivo, pode ser que o final seja bem trágico. Talvez ainda mais triste justamente pelo fato de termos nos esforçado tanto. Porque aliado a isso vem a sensação de impotência: quando não importa o que façamos, a realidade permanece ali... Cruel. Eu, que sempre achei que conseguiria tudo o que eu quisesse se eu desse tudo de mim. E quase todas as vezes que me esforcei tive o que quis. Paguei altos preços e me acostumei a ter um final feliz.
Ilusão.
Há coisas que realmente não dependem de mim. Contra elas, não há otimismo que vença. Não há esforço suficiente. Por isso, cessem os conselhos. Parem com essa onda de otimismo. Chega de ser "ser brasileiro e não desistir nunca". Às vezes desistir pode ser a única saída. E pode ser a solução para uma queda menor, do alto dos nossos sonhos. E eu sonhei alto demais. Não deu pé pra mim...Estou triste. Há apenas uma lição praticamente irrefutável, que aprendi agora: "Se eu tomo banho e continuo triste depois disso, é porque estou realmente triste. E se durante o banho eu consigo mesmo sob a ducha sentir as lágrimas fluindo... é porque estou morrendo aos poucos."
Isso. Isso sim é verdade.
12.6.06
Dia dos Namorados
Cenas:
Um casal se reconciliando na rua. Creio ter ouvido algo como: "Você pensa que eu não estou
sofrendo também? Me perdoa...". Depois disso veio o beijo.
Um rapaz revoltado com a vida: "Eu vou largar aquela mulher... Depois eu pago pensão, eu tenho um filho só..."
Um casal de velhinhos (bem velhinhos) passeando no shopping, de mãozinhas dadas. Cena rara. Mas muito bonita.
Às vésperas do dia dos namorados, vi muitas pessoas comprando seus presentes. Eu as via escolhendo meticulosamente, e depois saindo com um sorriso no rosto, como que antecipando as horas agradáveis que passariam perto da pessoa amada. Sorria sozinha, ao ver as pessoas no exercício do amor. Pensando apenas no outro, querendo agradar. Ao ver algumas senhoras lendo cartões e suspirando com a mensagem que seus namorados leriam alguns dias depois...
O "dar presentes" é algo necessário. Não pra quem recebe. Mas pra quem dá. Escolher presentes é um exercício de amor. Porque é nessa hora que deixamos de pensar em nós mesmos para pensar exclusivamente no outro. Pensamos nos seus gostos e preferências. Pensamos em dar o melhor, pensamos no sorriso que a pessoa dará ao receber aquele mimo. Durante esse processo todo, sem que a gente perceba, o amor é aumentado.
O amor está por toda parte. De várias formas.
E eu ainda acho que o amor é lindo (embora eu não me lembre direito).
Feliz Dia dos Namorados!
13.5.06
As Sem Razões
Pessoas namoram, se casam, buscam alguém para compartilhar a vida. Isso é fato. Desde que o mundo é mundo é assim. Apesar do desfile de relacionamentos fracassados, todos insistem nessa busca por alguém com quem compartilhar o resto dos seus dias. Por quê? Por amor? Paixão?
Nada disso.
Pessoas se casam porque precisam de uma testemunha para sua vida. Existem bilhões de pessoas no planeta, e o que significa ser apenas uma vida no meio de tantas? Mas num casamento você promete se importar com tudo. Coisas boas, coisas ruins, coisas péssimas, coisas simples, coisas mundanas. O tempo todo, todo dia.
Você diz: "Sua vida não vai mais passar despercebida porque eu a notarei. Sua vida será testemunhada porque eu serei sua testemunha."
É isso que move as pessoas a se casarem. Isso me move a escrever num blog.
Seja você minha testemunha, se quiser. E então serei a sua também.
10.4.06
Home
Todo o seu relato parecia muito carregado de sofrimento. Dava pra perceber que ela sentia dores mesmo naquele instante. Contudo, sua última frase veio acompanhada de algo que parecia ser uma poderosa sensação de alívio: “Mas agora estou indo pra casa.”
Simples assim.
3.4.06
Le Voyage
1.3.06
Os Sapatos
Ele observava o antigo retrato. No centro, uma menina com roupa de colegial, 3 ou 4 anos de idade. Bem menininha mesmo, com um leve sorriso no rosto. Olhos bem azuis, cabelos ondulados e loiros, no centro de um jardim bem florido.
Sua atenção se voltou para os sapatinhos pretos que ela usava, um pouco gastos nas pontas. Então imaginou o quanto de significado aqueles raladinhos poderiam trazer, sentimentos de simplicidades. Sendo que ele mesmo também tivera uma origem humilde, sempre se vendo com roupas desbotadas e sapatos usados e gastos. Pensava nisso e ainda assim o sentimento que tinha de sua infancia era de felicidade.
Concluiu que na vida, às vezes não existe muita diferença entre o complexo e o simples. Simples como um raladinho no sapato.
26.2.06
11.2.06
Menina dos Olhos
Welcome to my place.
Um beijo da Menina (que sorri com os olhos).